quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ALVES REDOL - ECOS DO RIBATEJO

Cancioneiro
As quadras que apresentamos
foram recolhidas em Alves Redol.
Cancioneiro do Ribatejo.
Centro Bibliográfico.
V. Franca de Xira: 1950



"Quem não tem olhado senão à superfície da nossa literatura, não crê que ao pé, por baixo, andava outra literatura que era a verdadeira nacional, a popular, a vencida, a tiranizada por invasores gregos e romanos."
Garrett


Abrantes

Adeus Castelo d'Abrantes
onde batem as trindades;
não se podem ter amores
só por causa das saudades

Naquele castelo d'Abrantes
muito custa ser soldado:
encostado a uma cana
muiti frio tenho passado.

Santo António de Lisboa
venha ver o que cá vai;
deu doença nas cachopas
que até o cabelo lhes cai.

Alcanena
Trigueirinha e engraçada,
sou filha de lavrador:
vou ao mato, vou à lenha,
quer assim o meu amor.

Minde
Serra de Santo António
Nâo há terra como Minde,
Serra como a de Alvados;
Festa como a das Virtudes,
onde cantam namorados.


Alcanena
Vai-te carta, vai-te carta,
que lindos olhos vais ver,
quem me dera ir agora,
onde esta carta vai ter.
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