terça-feira, 13 de março de 2012

SEMANA DA POESIA 19 a 23 de Março

TEMPO DE POESIA

Todo o tempo é de poesia
Desde a névoa da manhã
À névoa do outro dia.

Desde a quentura do ventre
À frigidez da agonia.

Todo o tempo é de poesia.

Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.

Sob a cúpula sombria
Das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
Da celeste alegoria.

Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
À confusão da harmonia.
António Gedeão
In POESIAS COMPLETAS (1956-1967)


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